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27 de mai. de 2019

Um pouco da vida de Freddie Mercury

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Freddie Mercury, nome artístico de Farokh Bulsara (Stone Town, 5 de setembro de 1946— Londres, 24 de novembro de 1991), foi o vocalista da banda de rock britânica Queen. É considerado pelos críticos e por diversas votações populares um dos melhores cantores de todos os tempos e uma das vozes mais conhecidas do mundo.

Biografia - Freddie Mercury nasceu na localidade da Cidade de Pedra, na ilha Zanzibar, à época colônia britânica, hoje pertencente à Tanzânia, na África Oriental. Seus pais, Bomi e Jer Bulsara, eram indianos da religião zoroastriana.
 
Mercury foi educado na St. Peter Boarding School, uma escola inglesa perto de Bombaim, na Índia, onde deu seus primeiros passos no âmbito da canção, ao ter aulas de piano. Foi na escola que ele começou a ser chamado “Freddie” e, com o tempo, até os seus pais passaram a chamá-lo assim.
 
Resultado de imagem para freddie mercury jovemDepois de se formar em sua terra natal, Mercury e família mudaram-se em 1964 para Inglaterra, devido a uma revolução iniciada em Zanzibar. Ele tinha dezoito anos. Lá diplomou-se em Design Gráfico e Artístico na Ealing Art College, seguindo os passos de Pete Townshend. Esse conhecimento mostrar-se-ia útil depois, ao Freddie projetar o famoso símbolo da banda.Algo que poucos fãs sabem é que, na escola de artes em que se bacharelou, Freddie era conhecido como um aluno exemplar e muito quieto. Tinha uma personalidade bastante introspectiva. Concluiu os exames finais do curso com conceito A.
 
Possui uma série de trabalhos em arte visual, hoje disponíveis em algumas páginas na internet.Na faculdade, ele conheceu o baixista Tim Staffell. Tim tinha uma banda na faculdade chamada Smile, que tinha Brian May como guitarrista e Roger Taylor como baterista, e levou Freddie para participar dos ensaios.Em abril de 1970, Tim sai e Freddie acaba como vocalista da banda que passa a se chamar Queen. Freddie decide mudar o seu nome para Mercury.
 
Ainda em 1970, ele conheceu Mary Austin, com quem viveu por cinco anos. Foi com ela que assumiu sua orientação sexual (Freddie era bissexual) e os dois mantiveram forte amizade até o fim de sua vida. Mary inspirou Freddie na música Love of My Life, de acordo com declaração do cantor e de seus companheiros de Banda, sendo Mary acima de tudo o verdadeiro amor dele.No visual de Freddie, há uma mudança que não deixa de ser notada: se, na era Glam dos anos 70, o cabelo comprido, eyliner preto, unhas pintadas , os maillotes de bailado e sapato de tacão alto eram moda, estes iriam dar lugar a uma postura mais “macho”: cabedal preto, chapéu de polícia, cabelo curto e meses mais tarde bigode, essa seria a sua imagem de marca na promíscua década de 1980.
 
Imagem relacionadaMercury compôs muitos sucessos da banda, como Bohemian Rhapsody, Somebody to Love, Love of My Life e We Are the Champions; hinos eloquentes e de estruturação extraordinária, particulares e cos. Slássico. Suas exibições ao vivo eram lendárias, tornando-se imagem de marca da banda. A facilidade que Freddie dominava as multidões e seus improvisos vocais envolvendo o publico no show tornaram as suas turnês um enorme sucesso na década de 1970 e principalmente (enchendo estádios de todo o mundo) nos anos 80. Lançou 2 discos-solo, aclamados pela crítica e pelo público.
 
Em 1991, surgiam rumores de que Mercury estava com AIDS, que se confirmaram em uma declaração feita por ele mesmo em 23 de novembro, um dia antes de morrer, vindo a falecer na noite de 24 de novembro de 1991, em sua própria casa, chamada de Garden Lodge. Sua morte causou repercussão e tristeza em todo o mundo. A casa de Freddie Mercury, passada por testamento à sua ex-namorada, Mary Austin, recebeu muitos buquês de flores na época.O corpo de Freddie Mercury foi cremado e por este motivo não existe túmulo para que seus fãs possam homenageá-lo.
 
Em 25 de novembro de 1992, foi inaugurada uma estátua em sua homenagem, com a presença de Brian May, Roger Taylor, da cantora Montserrat Caballé, Jer e Bomi Bulsara (pais de Freddie) e Kashmira Bulsara (irmã de Freddie), em Montreux, na Suíça, cidade adotada por Freddie como seu segundo lar.
 
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Os membros remanescentes do Queen fundaram uma associação de caridade em seu nome, a The Mercury Phoenix Trust, e organizaram, em 20 de abril de 1992, no Wembley Stadium, o concerto beneficente The Freddie Mercury Tribute Concert, para homenagear o trabalho e a vida de Freddie.O cantor também foi conhecido pelo pseudônimo de Larry Lurex e pelo apelido Mr. Bad Guy.Freddie Mercury era proprietário da voz, quem sabe, mais lírica – ou, se preferir, forte – de todos os tempos, chegando provavelmente a superar Elvis Presley.
 
CURIOSIDADES: Freddie Mercury, por toda sua vida, nunca soube dirigir qualquer automóvel.
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Freddie tinha uma paixão peculiar por gatos. Essa paixão era tão exagerada que, durante o intervalo de gravações do álbum Innuendo, ele apresentou uma música em homenagem a sua gata, Delilah. O problema é que o baterista, Roger Taylor, não gostou da música e saiu do estúdio, só voltando no dia seguinte. Mesmo assim, a música homônima ao felino foi gravada.
 
.No anime chamado Cromartie High School, há um personagem chamado Freddie, uma paródia do vocalista da banda Queen.
 
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 Seu maior sonho era cantar ao lado de Montserrat Caballé, realizando-o em 1988, com o álbum Barcelona. Contam alguns que, durante as gravações do álbum Barcelona, Freddie desafiou Montserrat Caballé, a cantora lírica mais conhecida no mundo, para ver quem possuía maior fôlego. Mercury venceu com uma grande vantagem.Em 1992, dão-se os Jogos Olímpicos de Barcelona, um ano depois da morte de Freddie Mercury, nos quais Montserrat Caballé intrepreta a famosa canção Barcelona (gravada em 1988) num dueto virtual com o cantor falecido. Ainda hoje o dueto é recordado como um marco histórico da música



          

AS UNIÕES ENTRE AS MÚSICAS DO QUEEN



Quando escutamos os 1os álbuns da banda percebemos que várias musicas se ligam entre si. Isto é  determinadas faixas dos álbuns não terminam exatamente, mas se ligam imediatamente com a faixa seguinte, sem ter um final e sem intervalo ente as faixas, dando a impressão de que a musica seguinte é continuação da faixa anterior. Saiba melhor como isso acontece!
 
O Queen muitas vezes abusou dessa ideia de juntar as canções em seus álbuns, e isso funcionava perfeitamente, virando uma das marcas da banda.

O álbum Queen II, pode ser considerado como "O Pai das Canções Unidas do Queen". Aqui a banda abusa dessa genialidade de dar continuidade a parte dos temas desse álbum. No White Side, aonde a maioria dos temas foram escritos por May, lá podemos encontrar essa fórmula da banda.
A 1a música desse álbum, Procession, não termina completamente, mas junta-se à próxima do disco, Father To Son, que por sua vez, se une com a canção White Queen (As It Began) até a última nota.

No lado Black Side, cujo a maioria das músicas foram escritas por Mercury, também se encontra essa formúla de união. Ogre Battle termina com um poderoso gongo para iniciar a canção The Fairy Faller's Master Stroke, enquanto se termina pouco a pouco  as notas do piano para que Nevermore faça a sua aparição. Outra união do mesmo álbum se vê entre as músicas The March Of The Black Queen e Funny How Love Is. A conexão das musicas não se fazem apenas entre músicas, mas sim vão além, até com outros álbuns.
Resultado de imagem para albuns queen sheer heart attackA última canção do Queen II, Seven Seas Of Rhye, termina com uma clássica música inglêsa chamada I Do Like To Be Beside The Seaside, música de 1909 de Mark Sheridan. No álbum seguinte do Queen, Sheer Heart Attack, na 1a faixa, Brighton Rock se ouve uma multidão de pessoas em um parque de diversões, e um homem assobia uma canção que é a mesma de Mark, uma referência a música do Queen II.Sheer Heart Attack.
Também tem essas uniões de músicas entre os temas, como em Tenement Funster, Flick Of The Wrist e Lily Of The Valley. Em outro exemplo pode-se dizer que In The Lap Of The Gods e In The Lap Of The Gods... (Revisited) há algo em comum, não só no título, mas também no significado de suas letras.

Em A Night At The Opera, a união ocorre entre as canções The Prophet's Song e Love Of My Life. A 1a, Prophet's Song começa com um som de vento e harpa e  termina com o mesmo som de vento e harpa,  emendando imediatamente com o suave piano de Love Of My Life sem nenhum intervalo. Essa união do final de  Prophet's Song na harpa dá uma sensação ao ouvinte de que essa harpa final é o começo e introdução da musica seguinte no caso, Love of my life, mas não.
 
Em Day At The Races também utiliza essa fórmula de união, só que um pouco diferente das já citadas. A última música, Teo Torriate (Let Us Cling Together) termina com o som inicial do 1o tema do álbum, Tie Your Mother Down.

No álbum Jazz, na canção More Of That Jazz, ocorre um espécie de mix no final da música com pedacinhos de algumas canções que se encontram nesse mesmo disco, como se fosse um resumo, são elas: If You Can't Beat Them, Dead On Time, Fun It e Fat Bottomed Girls.

Em The Miracle, as 2 primeiras canções, Party e Khashoggi's Ship, são apresentadas no álbum praticamente como se fossem uma só, mas na verdade são duas diferentes, pois não existe intervalo entre elas. A história contada em uma,  continua na sendo contada na outra musica. Na primeira, Party somos convidados a curtir uma festa, e na segunda Freddie nos diz que ninguém pode parar a sua festa.

Da mesma forma e que poucos sabem, aquela introdução da musica  Breakthru é na verdade um trecho de uma canção que Freddie tinha começado a compor pro mesmo álbum the Miracle, chamada A New Life Is Born mas que não foi terminda. Ai resolveram pegar o trecho introdutório dessa musica do Freddie e acrescentar como introdução de Breakthru, a musica de Roger, formando uma faixa só.  Elas então se unem para dar vida a um tema energético e alegre.
No Álbum Innuendo acontece a mesma coisa.  A faixa Bijou é produto de duas faixas que foram fundidas: Bijou de Brian e You And Me de Freddie.
 fonte - https://aminoapps.com/c/queenoficial/page/blog/as-unioes-entre-as-musicas-do-queen/jZ2z_P8UKu3LVvWbLRa4Y2jnXeQNVL2eVM

2011Entrevista Peter Freeston assistente de Freddie

(Fonte: queenbrazil facebook - 28 janeiro 2016)

  Entrevista  de Peter Freeston, para swissinfo.ch, - dez 2011
Ele foi assistente pessoal de Freddie Mercury por 12 anos

 
O jornal sswissiinf.ch encontrou com Peter Freestone em um bar na cidade de Montreux, às margens do lago Léman. "Ouça a musica, diz indica uma caixa de som no bar. Pode apostar, é uma música do Queen." Ele viu mais de 300 concertos do Queen e diz o mais incrível foi em São Paulo.
Vinte anos atrás, o mundo da música perdia uma das figuras mais extravagantes e talentosas da histórica do rock. Há 20 anos, Peter Freestone perdia um grande amigo, ainda hoje recorda com afeto e emoção. Durante 12 anos, Peter Freestone viveu ao lado de Freddie Mercury, 24 horas por dia, 365 dias por ano, até o momento de sua morte. Foi assistente, cozinheiro, motorista e amigo fiel da voz do Queen. "Freddie era astro, vivia só para ele", diz com modéstia aquele que assistiu os concertos no mundo inteiro e frequentou grandes nomes da música, de Michael Jackson a David Bowie.

swissinfo.ch: Como se faz para ser assistente pessoal de um astro? - Encontrei esse trabalho no momento certo, em 1979. Eu era mestre do guarda-roupa da Opera Real de Londres e Freddie foi convidado para um evento beneficente. Depois de vê-lo cantar Crazy little thing called love e Bohemian Rhapsody fui cumprimentá-lo e ele elogiou meu trabalho. Duas ou três semanas depois, o empresário do Queen me chamou perguntando se eu podia cuidar dos figurinos de uma turnê pela Inglaterra. Fiz isso no primeiro ano, depois Freddie me convidou para trabalhar na casa dele em Londres. Em 12 anos de trabalho, nunca assinamos um contrato.

swissinfo.ch: O que o senhor fazia?-.Atendia telefone, recebia visitas, fazia compras, pagava  contas, cozinhava, lavava roupa. Fazia tudo para que Freddie pudesse se concentrar exclusivamente em sua música.

swissinfo.ch: E quanto pagava? - Em torno de 6 mil libras por ano. Mas eu não gastava nada. Quem gastava era Freddie. Então meu salário seria de 25 mil libras. Férias praticamente não tinha. Acompanhava Freddie nas férias dele, mas eu sempre tinha o que fazer. Uma vez perguntei se podia sair duas semanas e ele me respondeu: "Mas acabamos de voltar das férias!" (risos).

swissinfo.ch: Freddie era amigo mas o senhor trabalhava para ele. Como encontrar um equilíbrio?- Minha relação com Freddie dependia muito das circunstâncias. Mudava continuamente, de profissional a uma relação de pura amizade. Hoje ele brigava comigo, não porque tinha feito algo errado, mas simplesmente porque precisava desabafar. Ele sabia que eu o compreendia. Sempre pedia minha opinião, mas depois fazia como passava pela cabeça dele. (risos). Com Freddie imperavam os valores da amizade. Para mim foi o amigo mais leal, generoso e gentil que eu conheci. Fomos até juntos estudar em um convento na Índia. Eu aprendi muito com ele.

Imagem relacionadaswissinfo.ch: O Freddie “verdadeiro” era muito diferente do superastro dos palcos? - Todos conhecem seu lado musical, o artista, os shows. Poucos sabem que Freddie era uma pessoa muito tímida, pacata. Adorava ficar na Garden Lodge, sua casa em Londres. Não importava a hora em que ia dormir, levantava sempre às nove da manhã. Tomava chá, se vestia como queria e brincava com os gatos, depois tratava dos peixes. Essas coisas o faziam extremamente feliz. Quando saia, às vezes trajava jeans, casaco de pele e óculos de sol. Nesse momento Freddie tornava-se o astro e se mostrava como os fãs queriam ver. Adorava rir. Em público fechava a boca porque tinha vergonha de seus dentes. Nunca tratou porque tinha medo de prejudicar a voz. Em casa, às vezes compensava: ria muito, sem vergonha.

swissinfo.ch: Fale dos concertos. Quantos viu? - Na plateia, só dois. Nos bastidores pelos menos 300. O mais incrível foi em São Paulo, no Brasil. Havia 139 mil pessoas. Não sei descrever, mas era uma atmosfera excepcional, única. Freddie se apresentou duas vezes em Montreux, no Festival Rosa de Ouro. Por exigência da televisão teve de cantar em playback, coisa que ele detestava. No festival de San Remo também ocorreu isso. Foram somente essas duas vezes que ele cantou em playback. Antes de entrar no palco, bebia sempre um chá de limão com mel. Não sei se ele realmente precisava. Depois do concerto tinha que sair e era uma festa. Com toda a adrenalina que tinha não podia voltar para o hotel.

Imagem relacionadaswissinfo.ch: Freddie vinha a Montreux para gravar. Quais são suas recordações? - A primeira vez foi em 1981. No Estúdio Mountain gravamos Under Pressure com David Bowie. Naquela época a Suíça era como um sonho, um lugar mítico onde todos queriam vir. Ainda hoje, ao ver os Alpes tenho uma sensação particular. As montanhas estão aqui há milhões de anos, mas a cada manhã parecem diferentes. Hoje milhões de fãs de todo o mundo vêm a Montreux para ver a estátua de Freddie. Quando vêm aqui são bombardeados de emoções. Para eles também é especial. Em Londres, onde era a casa dele, as emoções são menores.
 
swissinfo.ch: Como era o dia em Montreux? Muito chato. Às duas da tarde entrávamos no estúdio de gravação. Todo dia. Às vezes Freddie ficava duas horas, outras até às quatro da manhã, conforme a inspiração. Enquanto eles gravavam eu esperava. Na cidade não tinha muito o que fazer, tinha no máximo um par de casas noturnas. Vinha-se a Montreux somente para trabalhar. Não dava tempo de fazer mais nada. Para ir do Palace Hotel ao estúdio tinha 500 metros, mas Freddie queria sempre ir de carro para não perder tempo. No início ele detestava a tranquilidade de Montreux. No final era justamente o que ele gostava. A serenidade do lugar o atraia nos últimos anos de vida.

swissinfo.ch: Como as coisas mudaram depois que Freddie anunciou que era soropositivo?  No começo, Freddie parou de sair. Depois continuou a fumar e a beber. Em outubro de 1989, o médico disse-lhe que morreria antes do Natal. Mas sua força de vontade o fez viver mais dois anos. Freddie sabia que nada podia fazer contra a doença. Era isso e pronto. Mas não abandonou e se concentrou a fundo na música, que era sua vida. Aliás, quando soube que estava doente (1987) fez The Miracle, Innuendo e Barcelona. Trabalhava mais que antes. Sabia que tinha o tempo contado e queria fazer o máximo. De minha parte, pensava ter suportado bem a morte de Freddie. Depois me dei conta que não era assim. Três anos depois escrevi um livro e foi uma terapia para mim: pude colocar para fora minha dor. Freddie me dizia sempre que se fosse escrito um livro sobre ele, devia contar as coisas brutas. No meu livro também falo de coisas negativas, das festas e das drogas. Não menti. E Freddie acreditava na sinceridade. Sinto falta dele. Por vezes penso na vida que levamos. Mas depois me digo que foi sorte viver 12 anos com ele. Freddie dizia sempre não pensar no passado.
 
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Swissinfo.ch: o senhor deu muitas entrevistas depois da morte de Freddie. Já disse tudo? Não. Há coisas que as pessoas não devem saber. Gosto de conversar com os fãs, mas há coisas que guardo para mim há anos. Quando me abordam respondo com prazer o que vi. Passei doze anos incríveis e tudo está gravado em minha mente.
 

Queen+ Adam tour 2018: os bastidores da tecnologia

(revista classic rock)
Freddie, Frank, e “O Anel”:
Como o espetacular show de arena do Queen balançou o Reino Unido
(fonte - Adam Lambert Brasil ) - 30 /07/2018 - A Revista Classic Rock passeou pelos bastidores do Show Queen + Adam Lambert na Arena Wembley de Londres no início de Julho, com o arquiteto Ric Lipson e o CEO Ray Winkler, ambos da produtora Stufish, para descobrir alguns dos segredos da montagem deste espetáculo. Confira a seguir. Freddie, Frank e “O Anel”: como o espetacular show de arena do Queen balançou o Reino Unido
A turnê britânica e europeia de Queen e Adam Lambert 2018 foi muito ambiciosa em sua produção e no design de palco.  A revista esteve nos bastidores com a produtora Stufish para descobrir seus segredos Eles são lendas. Seja qual for a maneira como você olha, ninguém pode mexer com o Queen e seu legado de hinos do rock. Seus shows ao vivo são motivo de comemoração, embalando duas horas bombásticas com tudo, desde “Seven Seas Of Rhye” até “We Are The Champions”, de “Fat Bottomed Girls”, até “Radio Ga Ga”, de “I Want To Break Free” para… bem, você entendeu.

Mas para uma banda que agora desfruta da quinta década em atividade, como você torna o show ao vivo novo e excitante tanto para os fãs da velha guarda quanto para os jovens? Antes do show de Queen e Adam Lambert na Arena Wembley em Londres no mês passado, a Classic Rock fez um passeio exclusivo pelo palco com Ric Lipson, arquiteto da produtora Stufish, que não trabalha apenas com o Queen, mas com Beyoncé e Jay Z, U2, The Rolling Stones e mais. Não é um currículo ruim.
 
Fomos entrando no palco pela esquerda. Estamos escondidos atrás de uma tela de vídeo gigante que circunda o palco. Logo, no início do show, ela será tirada do chão pelo robô carinhosamente chamado de Frank, da capa do álbum “News Of The World”. Mas isso é apenas o começo.
 
Acima de nós está o “O Anel”, que Ric descreve como “uma enorme lâmpada cheia com 94 luzes”. Ele pesa oito toneladas, mas seus nove motores permitem que ele suba e desça e balance de lado ao lado. É algo assustador se ficar embaixo, mas imaginamos que Brian May seja durão.

O palco em si não é o seu habitual retângulo preto coberto de fita adesiva. Na verdade, é no formato da característica guitarra Red Special de Brian May – um instrumento que ele fez com seu pai a partir de uma antiga lareira. O braço da guitarra extrapola para o meio da multidão, agindo como uma passarela e permitindo que vários adereços apareçam durante o show – incluindo uma bicicleta para o vocalista Adam Lambert andar de um lado para o outro, uma bateria para Roger Taylor martelar e a cabeça de Frank, com os olhos totalmente móveis, na qual Lambert se empoleira. Ao todo, é um show bastante completo. É muito mais como uma noite no teatro do que o mesmo velho show de rock que vimos um milhão de vezes.
 
Duas telas épicas, um robô gigante, Brian May, solando em cima de uma plataforma gigante que sai do palco, canhões de confete, bastões de selfie… tudo isso em um dia de trabalho para a Stufish, que de alguma forma conseguiu produzir a coisa toda. Mas como se monta esse show? E você ganha muita liberdade com uma banda como Queen & Adam Lambert?
Sentamos com Ric Lipson e o CEO da Stufish, Ray Winkler, para dar uma olhada mais profunda no show e muito mais.
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Tudo  o que o Queen faz sempre foi muito visual. Houve alguma apreensão ou preocupação de que vocês poderiam adicionar algo ao legado da banda que os fãs podem não querer ver vindo deles? Ric: De certa forma, apesar de Freddie Mercury ter sido extravagante, ele foi extravagante de uma maneira muito diferente da de Adam Lambert. Conforme a banda se tornou mais confortável com Adam ao longo dos anos, o mesmo aconteceu com o show; o show se tornou mais extravagante – o que Brian e Roger gostam bastante. O nível de produção que lhes demos permitiu que fizessem coisas com que apenas sonhavam, porque a tecnologia não existia no passado, ou os shows não exigiam isso. Suas imagens icônicas e capas de álbuns que usamos durante todo o show – eles têm um catálogo de imagens que trouxemos à tona pela primeira vez em 30 ou 40 anos. Eles realmente gostaram do desafio de ser relevante e novo neste momento em suas vidas, e eles gostaram da mudança sutil.
  Fundamentalmente, eles ainda tocam as músicas da mesma maneira, mas os sons são mais recentes e isso soa incrível. Eles realmente gostaram. Há sempre o risco de manchar certa memória e a coisa óbvia é Freddie, mas Freddie é uma parte enorme do show, embora ele não esteja lá. Ele aparece através do vídeo, de uma forma bastante emocional, algumas vezes no show.
 
Como você se sentiria sobre usar um holograma de Freddie? Ric: Nós estamos tentando fazer um holograma com o Freddie há anos, mas a tecnologia nunca esteve lá em um formato de arena. Nós fazemos algo que é semelhante a um holograma no show; não é um holograma, mas dá o efeito que um holograma pode dar. Estamos sempre pensando em como podemos trazer Freddie à vida dentro do show. Ray: É um testemunho da qualidade de sua música que depois de todos esses anos eles não desistiram; eles conseguiram se manter como uma banda relevante. Se a tecnologia permitir, e se continuar a funcionar, tenho certeza de que a tecnologia chegará a um ponto, em algum momento, onde você poderá trazer Freddie de volta ao palco de uma maneira que nunca foi feita antes.
 
Quanta liberdade você tem, ao trabalhar com uma banda como Queen e Adam Lambert? Ric: Porque trabalhamos com eles há anos, eles confiam que podemos ajudá-los na direção criativa do show. Historicamente, tem sido um caso de “Aqui está o set e vamos trabalhar com as músicas na passagem de som”, então não havia muito a ser preparado além das luzes. Mas quando dissemos que este seria um grande espetáculo cheio de vídeos e levaria três meses para fazer todo o conteúdo, o fato de que era o 40º aniversário do “News Of The World” significava que as músicas daquele álbum tinham que estar no show.

Nós pensamos em um começo muito espetacular e como isso ia se encaixar no show. Isso nos deu três ou quatro momentos no show em que dirigimos a conversa para dizer: ‘Se vamos fazer um show que tenha todo esse conteúdo, precisamos de um fluxo que dê sentido a tudo’. Ele precisa de altos e baixos e, claro, um solo de guitarra de Brian May, onde seu amor pelo espaço e texugos entram na narrativa. Nos shows anteriores nós realmente fizemos um texugo de estrelas, não neste, mas nós vamos para o espaço. Este é o momento perfeito para fazer o show de laser mais espetacular que você já viu.
 
 
O problema com um show do Queen é que há tantos sucessos que você corre o risco de ser sempre animado, e que todas as músicas são tão boas que o nível de energia não varia, então você tem que construir um show que bate na sua cara no começo, dá a você a chance de respirar e, em seguida, bate na sua cara novamente. Nós temos que sentar com a banda e dizer ‘Nós amamos essas cinco músicas, mas elas são todas rápidas e, embora isso seja ótimo, você não pode tocar o bis no show todo.’ Você precisa garantir que os pontos altos sejam ainda maiores e que os pontos mais baixos sejam mais íntimos e se conectem c plateia de uma maneira diferente.
 Existe alguma coisa neste show de Queen e Adam Lambert que nunca foi tentado antes? Ric: Na maioria dos shows hoje em dia você vê coisas que foram feitas antes, mas como elas são usadas é diferente. Em termos de shows em geral, “O Anel” é uma peça complexa, nove motores, cerca de oito toneladas de peso e 94 luzes girando acima da banda. As pessoas fizeram coisas assim? Claro. Mas neste contexto? Na verdade não, e é um objeto enorme para se levar ao redor do mundo. Eu não tenho certeza se alguém fez um palco em forma de guitarra antes, especialmente um que se parece com a Red Special de Brian May.
 
Alguns shows são os primeiros em tecnologia, mas este é o primeiro em fazer um show como esse por causa da união dessa tecnologia. Ray: Na Stufish, estamos muito conscientes sobre o uso da tecnologia como contribuinte para a narrativa e não a definição da narrativa. É sobre usar uma mistura de elementos; nenhuma delas pode se destacar, é sobre como você junta os ingredientes e como isso se relaciona com o desempenho, que torna esse show único.

Se quiséssemos um emprego criando uma produção de palco para grandes bandas de rock, por onde começaríamos? Ric: Escola de design. A maioria de nós estudou arquitetura, mas não somos todos arquitetos. Nós trabalhamos em muitos projetos simultaneamente em um ritmo acelerado, então se você quer fazer o que nós fazemos, você tem que amar e ser seguro do seu trabalho e ter paixão por entretenimento – seja música ou instalações de arte ou qualquer outra coisa. Nós projetamos para o público. Se você está interessado nesse tipo de coisa, esse é o tipo de lugar para vir. Por trás do telão do palco antes do show. “O Anel”. Freddie Mercury aparece ‘no palco’ com o Queen. O solo de Brian May sob a mão de Frank. “O Anel” mostrando o que pode fazer.