Freddie, Frank, e “O Anel”:
Como o espetacular show de arena do Queen balançou o Reino Unido
(fonte - Adam Lambert Brasil ) - 30 /07/2018 - A Revista Classic Rock passeou pelos bastidores do Show Queen + Adam Lambert na Arena Wembley de Londres no início de Julho, com o arquiteto Ric Lipson e o CEO Ray Winkler, ambos da produtora Stufish, para descobrir alguns dos segredos da montagem deste espetáculo. Confira a seguir. Freddie, Frank e “O Anel”: como o espetacular show de arena do Queen balançou o Reino Unido

Mas para uma banda que agora desfruta da quinta década em atividade, como você torna o show ao vivo novo e excitante tanto para os fãs da velha guarda quanto para os jovens? Antes do show de Queen e Adam Lambert na Arena Wembley em Londres no mês passado, a Classic Rock fez um passeio exclusivo pelo palco com Ric Lipson, arquiteto da produtora Stufish, que não trabalha apenas com o Queen, mas com Beyoncé e Jay Z, U2, The Rolling Stones e mais. Não é um currículo ruim.
Fomos entrando no palco pela esquerda. Estamos escondidos atrás de uma tela de vídeo gigante que circunda o palco. Logo, no início do show, ela será tirada do chão pelo robô carinhosamente chamado de Frank, da capa do álbum “News Of The World”. Mas isso é apenas o começo.
Acima de nós está o “O Anel”, que Ric descreve como “uma enorme lâmpada cheia com 94 luzes”. Ele pesa oito toneladas, mas seus nove motores permitem que ele suba e desça e balance de lado ao lado. É algo assustador se ficar embaixo, mas imaginamos que Brian May seja durão.
O palco em si não é o seu habitual retângulo preto coberto de fita adesiva. Na verdade, é no formato da característica guitarra Red Special de Brian May – um instrumento que ele fez com seu pai a partir de uma antiga lareira. O braço da guitarra extrapola para o meio da multidão, agindo como uma passarela e permitindo que vários adereços apareçam durante o show – incluindo uma bicicleta para o vocalista Adam Lambert andar de um lado para o outro, uma bateria para Roger Taylor martelar e a cabeça de Frank, com os olhos totalmente móveis, na qual Lambert se empoleira. Ao todo, é um show bastante completo. É muito mais como uma noite no teatro do que o mesmo velho show de rock que vimos um milhão de vezes.

Sentamos com Ric Lipson e o CEO da Stufish, Ray Winkler, para dar uma olhada mais profunda no show e muito mais.
Tudo o que o Queen faz sempre foi muito visual. Houve alguma apreensão ou preocupação de que vocês poderiam adicionar algo ao legado da banda que os fãs podem não querer ver vindo deles? Ric: De certa forma, apesar de Freddie Mercury ter sido extravagante, ele foi extravagante de uma maneira muito diferente da de Adam Lambert. Conforme a banda se tornou mais confortável com Adam ao longo dos anos, o mesmo aconteceu com o show; o show se tornou mais extravagante – o que Brian e Roger gostam bastante. O nível de produção que lhes demos permitiu que fizessem coisas com que apenas sonhavam, porque a tecnologia não existia no passado, ou os shows não exigiam isso. Suas imagens icônicas e capas de álbuns que usamos durante todo o show – eles têm um catálogo de imagens que trouxemos à tona pela primeira vez em 30 ou 40 anos. Eles realmente gostaram do desafio de ser relevante e novo neste momento em suas vidas, e eles gostaram da mudança sutil.


Quanta liberdade você tem, ao trabalhar com uma banda como Queen e Adam Lambert? Ric: Porque trabalhamos com eles há anos, eles confiam que podemos ajudá-los na direção criativa do show. Historicamente, tem sido um caso de “Aqui está o set e vamos trabalhar com as músicas na passagem de som”, então não havia muito a ser preparado além das luzes. Mas quando dissemos que este seria um grande espetáculo cheio de vídeos e levaria três meses para fazer todo o conteúdo, o fato de que era o 40º aniversário do “News Of The World” significava que as músicas daquele álbum tinham que estar no show.

O problema com um show do Queen é que há tantos sucessos que você corre o risco de ser sempre animado, e que todas as músicas são tão boas que o nível de energia não varia, então você tem que construir um show que bate na sua cara no começo, dá a você a chance de respirar e, em seguida, bate na sua cara novamente. Nós temos que sentar com a banda e dizer ‘Nós amamos essas cinco músicas, mas elas são todas rápidas e, embora isso seja ótimo, você não pode tocar o bis no show todo.’ Você precisa garantir que os pontos altos sejam ainda maiores e que os pontos mais baixos sejam mais íntimos e se conectem c plateia de uma maneira diferente.
Existe alguma coisa neste show de Queen e Adam Lambert que nunca foi tentado antes? Ric: Na maioria dos shows hoje em dia você vê coisas que foram feitas antes, mas como elas são usadas é diferente. Em termos de shows em geral, “O Anel” é uma peça complexa, nove motores, cerca de oito toneladas de peso e 94 luzes girando acima da banda. As pessoas fizeram coisas assim? Claro. Mas neste contexto? Na verdade não, e é um objeto enorme para se levar ao redor do mundo. Eu não tenho certeza se alguém fez um palco em forma de guitarra antes, especialmente um que se parece com a Red Special de Brian May.

Se quiséssemos um emprego criando uma produção de palco para grandes bandas de rock, por onde começaríamos? Ric: Escola de design. A maioria de nós estudou arquitetura, mas não somos todos arquitetos. Nós trabalhamos em muitos projetos simultaneamente em um ritmo acelerado, então se você quer fazer o que nós fazemos, você tem que amar e ser seguro do seu trabalho e ter paixão por entretenimento – seja música ou instalações de arte ou qualquer outra coisa. Nós projetamos para o público. Se você está interessado nesse tipo de coisa, esse é o tipo de lugar para vir. Por trás do telão do palco antes do show. “O Anel”. Freddie Mercury aparece ‘no palco’ com o Queen. O solo de Brian May sob a mão de Frank. “O Anel” mostrando o que pode fazer.
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