Provocação sem fim, estética do
contraste e experimentação corajosa !
Sétimo álbum da banda,
de1978. Jazz é divertido e elegante em sua excentricidade irreprimível, que
consistentemente não inclui nenhuma música de jazz na programação: jovial e hipnótico,
complexo e cheio de imagens arrancadas da vida cotidiana. O disco é ao mesmo tempo banal e muito
profundo, dançável e complexo, descolado e barroco, moldando um caos majestoso
e pensativo que as guitarras de Brian May misturam com sabedoria, evitando o
sentimento de desordem.
O Jazz é a estética do
contraste, a renúncia ao uso de sintetizadores, a experimentação corajosa
possibilitada pela consciência de ter em mãos as rédeas do jogo, a atenção do ouvinte
e a admiração cega e fascinada do fã. Mistura guitarra
acústica, extensas alterações de medidor, várias modulações e efeitos sonoros
que vão desde sons de bicicletas a raios nas suas 13 faixa.
O álbum pode parecer contraditório. Os estilos musicais vão do agressivo
rock clássico mais notáveis em Fat Bottomed Girls, Bicycle Race, Dead
on Time e Don't Stop Me Now - ao estilo balada da discoteca como Jealousy, Fun It e Leaving Home Ain't Easy . As faixas restantes preenchem
as divisões estilísticas ao desfocar as linhas entre elas. O Queen nunca
procurou ser compreendido. Jazz deixa claro esse ponto. Conhecido por ser
experimental e ousado em sua encenação, por que sua escolha de letra, arte de
álbum e estrutura musical deveriam ser mansas? A banda sabia como levar as
pessoas a falar sobre isso.
Então, o ano é 1978, a
música disco fica louca em quase todos os lugares, os ritmos sintetizados
aparecem em todas as produções musicais e a própria banda deve agora incorporar
necessariamente essas inovações em seu próprio som. A
bateria eletrônica, o verdadeiro protagonista do som dos anos 80, está presente
pela 1a vez neste disco e os sintetizadores serão usados massivamente
no próximo trabalho de estúdio.
Por outro lado Muitos criticaram o álbum por ser absurdo e por se afastar do rock art rock
do Queen. Mais recentemente, os críticos de hoje levantaram a ideia de que
talvez os críticos de antigamente não tenham entendido a piada, ou humor por
trás de tudo. O crítico do jornal inglês
The Guardian comentou certa vez: "O jazz era histérico em todos os
sentidos da palavra, mas a imprensa musical não conseguiu entender a piada,
particularmente nos EUA". -----------------------
ENTENDENDO O ESTILO MUSICAL - JAZZ, uma
provocação sem fim a começar pelo título. Era uma petulância uma banda de rock
colocar o nome de Jazz e no entanto não conter nenhum jazz nele. Tem a
canção "More that jazz" que fecha o LP, mas esta é New Wave
experimental (algo pré Hot Space, junto com Fun it). No caso, apenas Dreamer's
Ball é o que mais chega perto disso.
O disco mostra o Queen começando a explorar o lado
mais Pop de seu som, como em “Fun It” embora a base continuasse nas raízes do
Rock como (Fat Bottomed Girls, If You Can't Beat Them, Let Me Entertain You,
Dead On Time, e Don 't Stop Me Now) e nas baladas (Jealousy, In Only Seven
Days, e Leaving Home Ain't Easy+).
Como nos
álbuns anteriores, Jazz oferece uma seleção muito variada de temas e estilos,
refletindo um período frenético de criatividade para o grupo. No álbum anterior
News Of The World, o Queen voltou ao básico, mas neste, em um novo ambiente e
com a ajuda de Roy Thomas Baker, eles experimentaram e exploraram uma variedade
ainda maior de possibilidades musicais assim como Eles já haviam gravado em seus
1os discos.
Assim experimentaram outros gêneros diversos, incluindo o funk (Fun It),
superproduções típicas da banda (Bicycle Race), um trabalhoso hard rock (More
Of That Jazz) e a árabe ( ou quase isso) na misteriosa Mustapha, música de abertura do álbum que
deve ter vindo como um choque para qualquer fã do Queen, com Freddie gritando
incompreensivelmente em IDOMAS ÁRABES E AFINS.
Aliás, interessante notar que a indecisão
sobre qual das 2 primeiras seria lançada como single acabou gerando um lado
A duplo, com Bicycle Race e Fat Bottomed Girls - algo que os Beatles costumavam
fazer nos anos 60. E realmente seria difícil deixar de lado, pois
as 2 são clássicos indiscutíveis.
Principal característica: será o
último disco do Queen que terá a etiqueta "sem sintetizadores". Com
seu próximo disco, que foi lançado em1980, o grupo dará uma mudança radical e
começará a introduzir os sintetizadores que durante tanto tempo haviam
desprezado.
Com
"Jazz", estamos escutando o último disco da primeira fase do
Queen. Mas Jazz não só representa isso, mas também é o último disco em que a
banda manterá sua estética dos anos 70. No LP Seguinte, Freddie Mercury usará
seu famoso bigode cortará o cabelo (e igual ao resto dos integrantes, exceto
Brian May, que nunca deixará suas madeixas).
A partir de então, o grupo
começará a mostrar uma estética mais oitentera que é a fase mais conhecida da
banda. Um ponto importante a destacar é a alta participação por parte de todos
os integrantes na hora de compor. Por ex, John tem só uma no LP.
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Roy Thomas Baker parou de trabalhar com Queen em seus dois últimos LPs (A day of the Races e News of the world) que foram produzidos pelos membros do grupo com seu fiel colaborador Mike Stone. Foi a reunião do produtor com o grupo, embora fosse o último trabalho conjunto do conjunto Queen / Baker. Geoff Workman e John Etchells eram os técnicos de som. Mais uma vez, o resultado final do álbum foi algo muito diferente.
Jazz foi publicado no Reino Unido em 10 de novembro de 1978 e quatro dias
depois na América. O álbum alcançou o número 2 nas paradas e obteve um recorde
de ouro. Nos Estados Unidos, ele alcançou a posição número 6 e foi disco de
platina. Foi um enorme sucesso em todo o mundo, alcançando o número 1 em
Portugal, 4 na Holanda e 5 na Alemanha e no Japão.
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Capa e contracapas do
álbum
- O design surpreendente da capa e contracapa foi a
idéia de Roger. Ele havia visto um motivo semelhante no muro de Berlim alguns
meses antes. A capa porém chamou muita atenção, pois se afastou muito dos
álbuns anteriores do Queen e não tinha relação com o título Jazz pois não
continha Jazz.
A foto que apareceu dentro, foi tirada pelo gerente de turnês Peter Hince usando uma lente grande angular. Foi feita durante as sessões
de gravação que ocorreram em Montreux na Suiça. A do interior é de Chris Hopper
e foi produzido nos estúdios Nice Super Bear.
E se tudo isso já não era
bastante desconcertante, o grupo deu um passo adiante, incluindo um poster mostrando
um bando de belas modelos nuas andando de bicicleta pelo estádio de Wembley.
Era obviamente uma referência ao single lançado alguns meses antes, como um
avanço no álbum: Bicycle Race / Fat Bottomed Girls. Tanto pôster, como o vídeo de Bicicle Races, acabou sendo muito controverso e polêmico e foi
rotulado: sexista, de mau gosto.
As fotos da segunda corrida de
ciclismo mais famosa do mundo foram usadas em jornais e revistas de música da
época em vez do, cartaz, considerado ousado demais para o público americano. Em
vez d o Poster estar juntro do álbum nas prateleiras das lojas, a Elektra Records americana preferiu incluir um
cupom. Você comprava o álbum e se quisesse retirava oposter separadamente.
A capa do single também foi alterada não apenas nos
EUA, mas não em todo o mundo. A garota nua de repente usava calcinha
rosa pintada em cima. Nos Estados Unidos, Elektra foi ainda mais longe e também
vestiu um top.
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JAZZ TOUR 1978/79 - Parte dos shows na Europa foram gravados e lançados como um álbum ao vivo, o Live Killers, o primeiro ao vivo do Queen.
Esta turnê se caracterizou por ser bastante extensa do que as anteriores. Contou com performances musicais notáveis da banda, contrastando com os vocais fracos de Mercury.
Tendo saído em turnê com pouco descanso que teve a banda e no mesmo mês das sessões de gravação de Jazz, a voz de Freddie se desgastou à medida que a turnê progredia, tornando-o quase incapaz de cantar durante a fase japonesa. Várias gravações piratas da turnê (assim como o vídeo do show de 25 de abril em Tóquio, podem provar isso.
No entanto, sua voz permaneceu em forma espetacular durante a América e a Europa, com shows espetaculares ao longo de 1978 e 1979. Alguns shows notáveis foram Paris e Dallas. Foi a única turnê do Queen a não cobrir o Reino Unido.
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