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3 de mar. de 2020

Made in Heaven, feito no céu

Resultado de imagem para Made in heavem album vinilA EMOÇÃO DE UM ÁLBUM PÓSTUMO....
Feito no céu para acalentar os corações dos fãs.


Made in Heaven é um epitáfio mas que perfeito, não apenas para Freddie, mas também para a banda como um todo. Em 'Made in Heaven', o ar do momento está para homenagens, emoções e saudades. Este é o principal 'feeling' do álbum. Um trabalho fortemente carregado de ressonância emocional que é completamente impossível separar a música do contexto histórico único no qual ele foi feito.

Os dois últimos álbuns do Queen possuem uma beleza e um sentimentalismo que emociona aos que o ouvem. Se pararmos para pensar, no caso de Innuendo, havia a espera da partida de Mercury, já em avançada luta contra a AIDS.
 
Resultado de imagem para Made in heavem album vinilAqui em Made in Heaven, o cantor já havia partido, fato que faz do disco uma trilha sonora nostálgica, um lançamento com todos aqueles belos ingredientes de “legado de uma vida” que normalmente marcam os discos póstumos. Imagino o quanto deve ter sido estranho, árduo e intenso emocionalmente para Brian, Roger e John se reunir e trabalhar 'sozinhos' no estúdio, sem a presença imperial de Freddie. Em quanto em “INNUENDO” a marca registrada é a força do vigoroso rock, em “MADE IN HEAVEN” o elemento principal é a melodia e o maravilhoso ritmo pausado ( mais lento e suave).

Resultado de imagem para Made in heavem album vinilMesmo sendo um álbum póstumo e nostálgico, Made in Heaven provocou sensações desencontradas nos fãs mais puristas da banda, que descobriram posteriormente que na verdade o álbum não era um álbum 100% inédito, mas sim um trabalho com só algumas musicas inéditas. As outras eram musicas da carreira solo de Freddie que receberam novos arranjos, bem mais roqueiros do que a gravação original. Mas por outro lado. sem dúvida, se compreendemos bem como ele surgiu, é muito fácil aprecia-lo musicalmente e se emocionar (e bastante) com ele, principalmente pelas circunstancias como ele foi feito….
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Resultado de imagem para freddie mercury 1989HISTÓRICO = Em meados de 1991 logo do lançamento de Innuendo, a saúde de Mercury estava em um estado crítico. Foi por isso mesmo que, fiel a decisão que ele mesmo havia tomado logo depois de ser diagnosticado co HIV, ele se juntou a banda e ao produtor David Richards para gravar tantas faixas de voz que fosse possível antes de ver-se fisicamente impossibilitado.

Esse trabalho começou logo após se encerrar as gravações dos clipes de I’m Going Slightly Mad e These Are The Days Of Our Lives. Assim Freddie procurou manter-se o máximo possível próximo de seus companheiros de banda, tentando, à medida que conseguia ficar de pé, terminar uma sessão de gravação, entregar algum material novo para que eles o editassem depois, acrescentando música, backing, etc.

Então só se conseguiu gravar 3 musicas em 3 meses: “A Winter’s Tale” (que foi sua ultima composição em vida), “You Don’t Fool Me” e “Mother Love”. A  instrumentação dessas canções para um 1o registro em áudio foi mínima e provisória pois não podiam se fixar muito tempo nos arranjos musicas de cada faixa. Precisavam correr contra o tempo e gravar o máximo que poderiam da voz de Freddie.

Em novembro de 91, o QUEEN, uma das formações mais grandiosas do panorama musical, perdia a seu vocalista depois de lançar ao mercado o que naquela ocasião foi o último disco de estúdio.

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Após a morte de Freddie, ocorreu o super evento The Freddie Mercury Tribute Concert for Aids Awareness em 20 de abril de 1992. Brian, Roger e John se sentiram em dívida de honra para com Mercury: terminar o projeto de disco que ele havia iniciado. Mas isso levou bastante tempo e não foi uma decisão fácil e imediata.

Paralelo a esse projeto, o Queen como banda deu uma longa pausa.
= Brian se aventurou em 1992 na sua 1ª viagem solo
com o disco e turnê 'Back to the Light'.
= Roger gravou seu 3o álbum solo 'Happiness?', em 1994.
= John Deacon descansou.

Os fãs sabiam que o Queen não seria o mesmo sem Freddie, e após sua morte se imaginava que a banda viveria no mundo das indefinições e das incertezas. O que será do futuro? Quem irá para os vocais? Quando sairá um novo álbum? Perguntas, perguntas e mais perguntas... Assim, em 1995, Made in Heaven foi lançado com muito elogio; Este foi o recorde para fechar a carreira da banda, e pareceu ser um sucesso ousado.

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AS GRAVAÇÕES - As sessões de gravação das últimas faixas com Freddie aconteceram, lentamente, entre janeiro e junho (não até novembro, como muita gente crê). As sessões foram no Mountain Studios, em Monteux, Suíça, lugar, onde Freddie encontrou total calma em seus últimos meses de vida.

O progresso de trabalho foi lento e normalmente a banda trabalhava só durante os dias da semana, pois todos da banda só queriam gravar quando Freddie estivesse suficientemente bem disposto para fazê-lo, e porque Brian e Roger tinham outros compromissos. Freddie estava contente com essa decisão, pois dava tempo para ele mesmo tomar um pouco de fôlego. Quando Freddie, básicamente se encontrou demasiado enfermo para seguir trabalhando, se retirou para Londres no verão de 1991, para o resto de sua vida. Mas isso aconteceu pouco depois da gravação do vídeo de 'These Are The Days Of Our Lives.'

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Em 1993 Brian, Roger e John finalmente se reuniram para terminar o escasso material. Brian não estava muito seguro de trabalhar neste material a principio, então Roger e John começaram o trabalho eles mesmos. Como Brian comentou na revista Q em 1998: ="Depois da morte de Freddie, só queria sair em turnê. Mas Roger e John se envolveram muito impacientes para trabalhar nas fitas. E não queria que esse material saísse sem minha consideração. Peguei as fitas, já pensando que tudo o que haviam feito estava mal e levei meses para colocar tudo em ordem de novo."= John comentou que apesar das diferencias durante o processo de gravação desses temas, rapidamente ao termino queriam lançar o disco, e que a espera valeria a pena.

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as faixas - Como logicamente não havia material suficiente para um disco, ( eram só 3 inéditas e recentes), tomaram a decisão de pegar faixas vocais de Freddie de diferentes fontes, entre as quais de discos solo de Freddie, temas inéditos de sessões anteriores da banda até algo lado B de singles do Queen. Estas vozes foram colocadas em cima de novos arranjos gravados por May, Taylor e Deacon. A banda inicou os trabalhos na primavera de 1994.

A pesar do disco ser uma espécie "Colcha de retalhos", com a junção de canções escritas e gravadas á 10 anos, o disco ganha um novo frescor, com uma enorme variedade sonora pois tem registros recentes da voz de Freddie bem como de diferentes anos passados e poderia passar incluso como disco conceptual em alguns aspectos.

Resultado de imagem para freddie mercury 1989Por mais que a constituição de Made in Heaven não seja de completo material inédito e gravado especialmente para ele, é inegável que a qualidade e o trabalho de produção (assinada pelo Queen) são exemplares, além de criativos, como podemos ver no arranjo que John Deacon faz para It’s a Beautiful Day. É vibrante ouvir faixas como 'I Was Born To Love You' ou 'Let Me Live'. Emocionante ouvir 'Too Much Love Will Kill You' ou 'Heaven For Everyone'. Após dois anos de muito trabalho e esgotamento emocional, o trio deu o projeto por encerrado. Os 1os sinais do novo disco do Queen, veio em outubro com 'Heaven For Everyone', o primeiro single da banda em 4 anos, que chegou ao 2º lugar no Reino Unido.

Made in Heaven saiu em 6 de novembro de 1995, e consumiu quase 2 anos de trabalho, encerrando a discografia do Queen. Após o seu lançamento, o trio se reuniu para tocar (e gravar) apenas mais 1 vez, em outubro de 1997, quando deixaram registrada a homenagem final, íntima e muito bela para Freddie Mercury com a música No-One but You (Only the Good Die Young), que entrou como única inédita do álbum-compilação Queen Rocks, lançado em 3 de novembro de 1997

FECHANDO O ÁLBUM, AS CONSIDERAÇÕES FINAIS.....

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O álbum, é um lindo trabalho, muito bem elaborado e uma maravillosa despedida do QUEEN CLÁSSICO de Freddie que todos conhecemos. Este álbum também poderia ser classificado como "a saga melódica do album INNUENDO", que representa um perfeito complemento a esse extraordinário album, que juntos representam o último legado deixado em vida por Freddie. 
 
Técnica e musicalmente, não poderia ter sido mais belo e mais emocionante trabalho. Estamos diante de um registro que transmite como poucos o cuidado e o esmero na produção e execução das musicas. Sentimos a total entrega de Freddie em cada uma das musicas. Sua interpretação é provavelmente uma dos melhores de sua vida e todo o álbum é carregado altamente da memória emocional à figura de nosso Freddie.
 
Também a entrega de cada um dos outros membro da banda é tão fantástica que consegue transmitir a sensação de estar em uma nova dimensão com os 4 músicos trabalhando juntos. Por tudo isso, esse trabalho merece a pontuação maxima !! Dito isto, cada um que coloque a crítica, o sentimento e a emoção que desejar para desfrutar esse trabalho com toda a emoção do coração e apreciar o álbum da melhor maneira possível, pois ele merece e muito.
 
Resultado de imagem para freddie mercuryAssim estava escrito em um texto que achei... "Dedicado ao espírito imortal de Freddie Mercury", é o que se lê dentro do livreto. Enfim: a melhor voz na história do rock, o maior líder da história da música.
 
Ele não morreu, ele voltou ao Olympus e depois veio para passar algum tempo entre nós mortais. E de lá contempla a imposição de seu legado eterno e extraordinário.
 
FREDDIE obrigado
por dar-nos tudo de seu talento 
 
Para os verdadeiros fãs, este álbum foi literalmente
"Feito no Paraíso."  
 






 
 
 

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