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7 de abr. de 2020

queen II faixas: parte 1

Queen - First Procession (2002, CD) | DiscogsQueen II FAIXAS: PROCESSION, FATHER TO SON e WHITE QUEEN !

1- PROCESSION - Única a faixa instrumental do repertório Queen, abre o álbum como uma introdução. Essa introdução nos anuncia que o som e a vibe de seu álbum anterior ficou pra trás. Composição curta de nosso grande Brian, que fez uso de efeitos de guitarra em múltiplas camadas (ouvertubs).
 
Quando a escutamos em fones de ouvido se percebe bem claro que as varias partes da musica vão mudando de um lado para outro, isto é, o som se desdobra de maneira diferente em dois canais tipo direita/ esquerda antes de reverberar na guitarra. A composição então ganha uma dinâmica dramática, imprimindo assim uma especial beleza com esses efeitos sonoros !
 
Procession nos leva a uma dimensão mítica e palpitante, e é um exemplo saboroso da experimentação de violão que Brian trará fruição em " A Night at the Opera ". Sua Red Special se torna uma orquestra e suas linhas melódicas, sobrepostas através de um amplificador construído à mão pelo baixista John Deacon, fluem diretamente para a primeira obra-prima do White Side deste ábum. Tem um tom sombrio, solene e cadenciado como de uma procissão. É então tida como uma marcha fúnebre orquestrada, gravada inteiramente pela guitarra de May acompanhado somente do que parece ser um bumbo, mas tão compacta que o único que escutamos é o pulso de uma baixa frequência que soa quase como uma batida do coração!

 A obra que inspirou Brian pra compor “Procession” foi " Music for the funeral of Queen Mary" - do compositor inglês Henry Purcell. Nessa obra clássica, as semelhanças são claras e evidentes. Ambas foram escritas para um grupo de mesmo intrumento – March of Queen Mary para 4 trompetes e Procession para 7 guitarras. Esta composição foi usada anteriormente como introdução nos concertos de 1973/74, antes mesmo de estar gravada no álbum. (Procession é uma composição curta, mas ela não é genial !?)
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Conversa de pai para filho2 FATHER TO SON (de pai para filho) Música lindamente conectada à 1ª faixa do álbum, dando a sensação de que a antecessora é a parte de introdução a essa belíssima obra que se segue. Uma especial balada de 6:12 min que Brian aplicou a técnica de mudanças de estilo: momentos suaves e de calma para explosões cadenciadas de proto-metal sui generis, isto é intensa e heavy até a metade e depois indo devagar, regressando a calma antes de desvanecer-se e fundir-se nas 1as notas da faixa seguinte.
 
Um excelente exemplo de hard rock progressivo, ainda um pouco influenciado  pelas misturas blues-zeppelinianas. A bateria poderosa de Roger tem uma pegada bem mais heavy do que o usual no meio da música. Quando a guitarra mais pesada termina, temos um momento maravilhoso com piano (ai temos a identidade do Queen se formando) para ser seguido novamente com a pegada forte da guitarra e terminando com um coro emocionante,

É considerada uma composição que te deixa sem fôlego,( e onde o álbum realmente começa com tudo depois de uma introdução instrumental de Procession) , mas com as suficientes variantes de dinâmica para que descanses e já não possas deixar de escutar.Foi interpretada ao vivo nos 1os anos e podemos ouvi-la oficialmente no Live At The Rainbow

Curiosamente, vários temas do Queen II apareceram ao vivo antes de serem lançados no disco, isto porque o lançamento foi adiado por restrições energéticas (no caso a do petróleo) impostas pelo governo da Inglaterra em 73 que atrasaram a prensagem dos vinis!

A LETRA: fala em coroação de reis e o que acontece quando o pai do príncipe herdeiro morre e deixa o seu legado. Representa um diálogo de um pai com seu filho sobre os caminhos da vida e sobre o que ela pode ser, dependendo de nossas ações. Uma bela lição de sobrevivência e civilização -- Assim como os reis herdam as coroas dos respectivos pais, a palavra ( ensinamentos, ou conhecimento) é passada de pai para filho.  Essa relação pai-filho é transposta para um cenário mítico de grande impacto emocional e transfere para a música uma concepção de poesia que foi teorizada por Wordsworh, baseando poeticamente sua eficácia na presença de altos e baixos. “White Queen (As it Began)”. E assim a música se desenrola em um enredo melódico que é primeiro impetuoso, depois livre da carga elétrica e dos imponentes refrãos - puramente teatrais.
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glamidols: “ Brian May, Queen – 1974 ” | Queen brian may, Brian ...3- WHITE QUEEN –  Provavelmente uma das baladas mais surpreendentes, comoventes e penetrantes de Brian. Essa música alterna entre lento e suave, o sinfônico, acústico e o pesado, aliados a um coro de vozes que agrada os ouvidos logo na1a audição. Uma balada lenta, de arranjos que remetem as cantigas medievais, mas que se desenvolve para a vibe mais hard e envolvente, que dão ápice central do tema. Ao ouvi-la se tem impressão de que Brain na parte lenta, esta usando instrumentos antigos ! Tem uma bela guitarra e violões acústicos, que são seguidos pelo vocal do Freddie. Ah esse vocal! Confiante, limpo, lindo, que logo se junta à guitarra novamente e à cozinha perfeita do Deacon e de Roger.

Inspiração: Se conta que enquanto Brian estudava Astronomia no Imperial Collage escreveu um tema intitulado White Queen(as It began). Brian na juventude estava gostando de uma garota ( acho que da escola) e que nunca conseguiu se declarar por ser tímido e então a garota nunca soube disso. Mas quando toma coragem, pra se declarar já é tarde e ele perde a oportunidade, se sentindo triste. Então a White queen é inspirada nesse fato da mulher amada, idealizada, mas que não se conseguiu chegar até ela. Ele (Brian) no texto idealiza e romantiza a mulher, de uma forma muito linda e poética, usando um pouco o Inglês e a composição do texto de forma mais antiga, mais formal.
 
Pin by Brittney on Freddie Mercury | Queen freddie mercury ...
Ele se põe no lugar de um trovador (poeta) medieval e compôe uma canção de amor. Esse tipo de poesia nós aqui no Brasil estudamos um pouco em literatura portuguesa no 1o ano do ensino médio ! Uma composição perfeita e uma interpretação sublime de Freddie e ao vivo é muito mais "matadora ". Essa composição de Brian, escrita muito antes do álbum ser gravado, rapidamente se tornou um favorito entre os fãs e teve ao vivo um super destaque do lindo vocal e piano de Freddie em shows de 74 e 75.

SOBRE WHITE QUEEN BRIAN DISSE em uma entrevista de 2004: Eu escrevi isso na faculdade, onde eu levava uma vida relativamente protegida, mesmo que a Universidade em geral fosse um ritmo bem desenfreado! Eu estava lendo 'The White Goddess' de Robert Graves, que explorou o papel da figura idealizada da Virgem / Mãe / Rainha / na arte ao longo da história, e o nome para o nosso grupo, decidido exatamente naquela época, encaixou-se perfeitamente nisso. White Queen é uma personificação dessa Rainha, que abre e fecha o ciclo com uma melancolia profunda e nuances de filosofia e mitologia. A relação entre partes acústicas e rock pesado foi a perfeita combinação para a criação dessa história com cara de saga.

 BRIAN: O lado pessoal está ligado a uma garota (é claro!) que eu via todos os dias na faculdade, e era para mim a deusa suprema. É incrível em retrospecto, mas porque eu a segurei em tal reverência, em três anos eu nunca tive coragem de falar e contar a ela meus sentimentos. A música foi gravada muito mais tarde, em nosso segundo álbum "( BrianMay.com, março de 2004)

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