Notável trabalho pra escutar com
vontade e prazer
(parte1 - conhecendo o álbum e sua história)
Após o fim da turnê 'Magic' de 1986, muitos diziam que o Queen iria terminar.
(parte1 - conhecendo o álbum e sua história)
(parte2 - todas as faixas) https://conexaoqueen.blogspot.com/2020/02/the-miracle-o-album-faixa-por-faixa.html
THE MIRACLE 1988 - O Queen não morreu! Foi um milagre, eles voltaram ! Nos anos anteriores eles brigaram e se
desentenderam pra caramba. Era verdade que eles estavam brigando demais, fatos confirmados até por Brian May em algumas entrevistas, mas isso não era o bastante para desistirem. Voltaram, fazendo as pazes, ou quase isso, e de alguma forma continuaram.
Fizeram álbuns, e até rolou trilha de cinema com A Kind of Magic. Em 1986, saíram em turnê ( Magic Tour) e terminado, deram um tempo, uma pausa. E depois foi um Milagre, eles estavam de volta!" O Queen não havia acabado como muitos imaginaram, entretanto muitas mudanças estavam por vir.
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Durante este período, os quatro tiveram também uma boa quantidade de problemas em suas vidas privadas. Mas mesmo assim, este período de inatividade como Queen, resultou muito benéfico porque todos se apresentaram para as gravações do The Miracle com energías renovadas. Em 1987, antes das sessões do The Miracle, os membros do grupo havia estado em diferentes projetos individuas.
Freddie (agora sem bigode)
investiu em sua carreira solo e isso só serviu para criarem mais rumores que o
Queen estava acabando. Gravou o seu Mr. Bad Guys com novas músicas, videoclipes, se apresentou em
teatros fazendo um musical, cantou em programas de TV, e a maior aventura de
todas, Freddie demonstrou seu brilhantismo ao lado da cantora ''Montserrat
Caballé'' gravando o álbum Barcelona, com músicas surpreendentes como 'How Can
I Go On' e 'Barcelona', música essa que celebraria os Jogos Olímpicos de
Barcelona em 92.
Pois bem, como disse, Freddie estava no auge. Não precisava do
Queen pra mais nada (pecado dizer isso....), sua estrela brilhava como nunca. Mas é
inegável que mesmo com os desentendimentos, mesmo com os egos sempre em alta, e
mesmo com a ascendência de Freddie, os quatro ainda se completavam.
Freddie vai concluindo seus projetos solos e descobre que é HIV positivo. Foi em 87 durante a pausa e descanso da banda que Freddie Mercury foi diagnosticado como HIV, a pesar claro, que nesse momento só o seu circulo muito próximo ficou sabendo. Mercury, quase negando-se a aceitar o diagnóstico (o que era compreensível), se refugiou muito mais em sua arte arte, e tomou a decisão de não se apresentar mais ao vivo .
Roger formou seu um grupo paralelo o The Cross. E grava clip para o compacto de sua a banda, e isso ajudou a deixar sua vida pessoal momentaneamente de cabeça virada. No período de gravações para o The Miracle Roger acaba conhecendo e se apaixonando pela modelo chamada Debbie Leng. Mas em seguida se casa com sua 1a companheira Dominique Beyrard num arranjo para beneficiar os filhos e 1 mês depois se separou para viver com Debbie Leng.
John conseguiu tempo para desfrutar da companhia de sua família ! Aparentemente recuperado começou a compor para o Queen. Brian produziu canções para vários artistas mas ainda se debatia com o seus conflitos internos.
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COMO O ALBUM FOI FEITO == A reunião do quarteto para a gravação de um novo projeto aconteceu no
final de 1987 depois de saberem da doença de Freddie. As sessões de gravação de The Miracle (que iria inicialmente se
chamar The Invisible Man), teve o título mudado 3 semanas antes do
lançamento, começaram em janeiro de 1988.
Um acordo antes de entrarem no
estúdio foi feito: a partir daquele momento todas as músicas seriam creditadas
ao “Queen”, embora posteriormente as distribuidoras tenham apontado os músicos
responsáveis por cada canção, sempre que possível o que não interferiu,
claro, no acordo de royalties firmado pelo grupo.
Sem brigar por
dinheiro e restabelecido o clima de amizade após as intensas brigas que os
acompanharam efetivamente das turnês de Jazz até a gravação
de The Works (A Kind of Magic representou um momento de readequação da paz nesse
jogo de egos), a banda tocou e produziu em parceria a maior parte das
faixas.
Até então, os outros três não sabiam que Mercury era HIV positivo, mas
pareciam sentir que havia algo no ar. Freddie ao informar a banda da sua situação, explicou
que pretendia seguir fazendo musica até o fim. Em meados de 88 Freddie aos
poucos começa a sentir fisicamente as 1as limitações de sua enfermidade. Agora com sua vida e a relação entre a banda um pouco mais em ordem, os membros
se dispuseram (impulsada principalmente por Freddie) a fazer uso intensivo do
tempo que teriam a partir de então.
The Miracle é um LP aonde a banda estava
realmente disfrutando dos momentos de tocar e compor musica juntos para tentar compor algo intenso e majestoso. E desta sessão de gravação há varias sobras musicais não finalizadas e que não foram pro álbum.
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Mesmo estando aparentemente unidos as coisas ainda eram difíceis.....
Quando o Queen voltou aos estúdios, em Londres e depois em Montreux,
Brian mal contribuiu. Assim explicou Brian em suas memórias:
== Não sei como consegui chegar ao fim daquilo.
Fiquei em segundo plano na composição, mas me surpreende, quanto de guitarra
que tem lá ( no álbum). Eu ficava dias inteiros, numa baita depressão. Mas em alguns dias
lutei, levantei e toquei e foi a única coisa boa que me aconteceu então. Meu
pai morreu naquela época e meu casamento acabou. Por algum tempo eu não existi
como pessoa.
Eu me olhava no espelho. Pareço bem, sou um astro do rock. Mas por
dentro não havia quase nada. Não consigo descrever como eu estava mal, simplesmente
tudo se foi. Não há fama ou dinheiro que amenize essa dor... O grupo tende a
ser a família mais estável que a gente tem. Muitas vezes ele me salvou. A vida
estava tão horrorosa que ir ao estúdio era a única coisa que eu aguentava
fazer. ===
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Não foi fácil para os rapazes do Queen encararem seus projetos
individuais e ainda enfrentar seus problemas pessoais. A
diversidade de projetos individuais que cada membro fez no período parada do queen e a bagagem trazida dessas trabalhos, contribuiu para novas ideias e experimentações que resultaram numa diversidade musical.
O disco demorou para ser gravado, um ano inteiro, de janeiro de 1988 a janeiro de 1989. Mesmo assim o resultado
do "The Miracle" foi notável.
O Queen deu forma a numerosas canções durante esse ano de gravação e as
ideias eram tantas que algumas ficaram como lado B de singles, outras para
dormir o sono dos justos nos arquivos até que chegaram em momentos bem futuros com suas edições, para
provar e eleger um brilhante álbum de regresso.
Nele mostraram uma palheta
sonora muito ampla, com todo o que isso implicava. E o disco começa em um
acorde com um ritmo que tem tudo a ver com o momento dos anos 80 mais com uma
grande celebração do Queen.
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O ESTILO MUSICAL - O álbum não é mediocre mas sim para ser usufruído a
vontade e com o prazer de uma boa escuta musical. Simplesmente é bom, muito
bom. Na verdade, The Miracle não tem muito que se enciumar-se aos discos dos
anos 70 da banda. Ele se encontra na mesma altura de outros álbuns muito mais
ponderados como o Queen, QueenII e o Sheer Heart Attack.
Mas que o faz ser um álbum tão
bom? As canções. Simplesmente isso. Tal vez a banda colocou todo o empenho,
sabendo que estavam correndo contra o tempo. E a estas alturas Freddie já
estava consciente de sua terrível enfermidade. Por isso também as letras
começam a ter um moutro tom, dando uma experiência emocionalmente fortíssima.
É sem
duvida um dos dois LPs ( Miracle e Innuendo) que são construído partir da mera
necessidade de fazer musica por prazer e para deixar para a história e nada
mais ( não se pretendia, nem se poderia fazer shows) e ai está a beleza dos
trabalhos.
Em uma simples analise, o estilo do Queen neste disco não está muito
longe do que estavam fazendo nos anos 80. Baladas, pop, rocks e algumas
experiências funks e ritmos dançantes. Podemos dizer basicamente The
Miracle possui uma diversidade de experimentações, que soa como
produto de uma sopa musical diversa e também individual onde a mistura gerou o álbum, daí a sua
variedade.
Mas enquanto nos discos anteriores a critica julgava que a banda se
mostrava um pouco desgastada, aqui soam completamente focados. Como explicar
isso? Os sintetizadores estão sendo usados perfeitamente. E sobre tudo, a banda
volta ao velho rock. Desde Jazz (mais de 10 anos) que o Queen não fazia
daqueles rocks fortes.
Mas aqui parece que recobraram o velho estilo. E quando
se diz que o álbum não se distancia muito dos discos anteriores, estamos
ressaltando os sintetizadores que aparecem com maior criatividade.
Renunciando ao som barato do pop oitentoso, soa mais épico como em Scandal,
circenses e originais em The Miracle, ou devastadores como em Was It All
Worth It.
Então podemos dividir o disco
em partes: canções fortes, clássicas, os pops e os rocks. The Miracle, I Want
It All , Was It All Worth It e Breakthru estão na lista entre os ótimos hits da banda. Esão sem dúvida verdadeiros clássicos que rockeam, possuem garra, movem as
lágrimas, são as vibrantes e potentes. E não faltou as dançantes e pops como: Party,
Khashoggi’s Ship, Invisible Man, Rain must fall, My baby does me.
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